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Habilidades Sociais

Atenção Compartilhada: Transforme o Brincar no Autismo

18 de março de 2025
Autor(a):
Frozina Souto
Atenção Compartilhada: Transforme o Brincar no Autismo

A habilidade de atenção compartilhada desempenha um papel fundamental no desenvolvimento infantil, especialmente em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). É através dela que se cria a mágica da interação entre indivíduos, promovendo aprendizado e empatia. Neste artigo, você vai descobrir métodos eficazes e inovadores para desenvolver essa habilidade essencial ao lado da Genial Care. Vamos mergulhar nessa jornada?

O que é atenção compartilhada e sua importância

A atenção compartilhada, uma habilidade fundamental no desenvolvimento infantil, é a capacidade de coordenar o foco entre duas pessoas em um mesmo objeto ou evento. Essa interação pode ser simples, como apontar para um brinquedo, ou complexa, como compartilhar experiências durante uma conversa. Conforme o Wikipedia, ela frequentemente envolve sinais sociais, como olhares e gestos, conectando os envolvidos em uma interação significativa.

O papel da atenção compartilhada no aprendizado

Estudos indicam que essa habilidade é correlata ao desenvolvimento da linguagem e comunicação em crianças. Segundo um artigo publicado no Psychology Review Center, crianças que desenvolvem bem a atenção compartilhada tendem a mostrar maior progresso na aquisição de palavras e interações sociais. Essa habilidade, portanto, não é apenas um marco no desenvolvimento infantil, mas também um preditor de outras competências.

A relação com o autismo

Para crianças autistas, desenvolver a atenção compartilhada pode ser mais desafiador. Isso ocorre devido às dificuldades com comunicação e interação social características do transtorno. Conforme detalhado no site NeuroConecta, estimular essa habilidade desde cedo pode abrir portas para avanços importantes no comportamento social e no aprendizado.

Níveis de desenvolvimento da atenção compartilhada

Níveis de desenvolvimento da atenção compartilhada

O desenvolvimento da atenção compartilhada ocorre em diferentes níveis, cada um representando um marco importante na interação e aprendizado da criança. Essas etapas podem ser observadas tanto em crianças neurotípicas quanto em crianças com transtorno do espectro autista (TEA), embora os desafios enfrentados sejam únicos para cada grupo.

Fases do desenvolvimento da atenção compartilhada

  • Atenção Compartilhada Primária: Esta é a fase inicial, na qual o bebê interage apenas com o cuidador. Gestos simples, como o olhar prolongado, são os primeiros indícios dessa habilidade. Essa etapa se desenvolve nos primeiros meses de vida e é essencial para vínculos iniciais. Mais informações sobre isso podem ser encontradas aqui.
  • Atenção Compartilhada Secundária: Nesta fase, a criança começa a incluir objetos em sua interação com o cuidador. Por exemplo, apontar para um brinquedo demonstra o desejo de compartilhar a experiência. Este nível é crucial para o desenvolvimento da linguagem, como destacado em NeuroConecta.
  • Atenção Compartilhada Triádica: Nesta etapa mais avançada, a interação inclui uma troca mais complexa entre o cuidador, a criança e o objeto. Segundo estudos do SciELO, essa fase é marcada por habilidades linguísticas e emocionais mais desenvolvidas, permitindo o compartilhamento de emoções e significados.

Exemplo prático no autismo

Considere o caso de uma criança autista que inicialmente evita contato visual ou aponta para objetos. Com o uso de técnicas da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), a interação pode ser gradualmente incentivada. Em uma sessão prática, o terapeuta pode modelar a atenção compartilhada ao unir o interesse da criança por um brinquedo com sinais sociais, como gestos e expressões faciais, conforme destacado no artigo da SciELO.

Desafios enfrentados por crianças autistas

Para crianças autistas, o processo de desenvolver a atenção compartilhada pode trazer uma série de desafios. Essas dificuldades estão enraizadas tanto no desenvolvimento atípico do transtorno do espectro autista (TEA) quanto nos contextos sociais e educacionais com os quais essas crianças lidam.

O impacto do desenvolvimento atípico

Crianças com TEA frequentemente apresentam dificuldades em interpretar gestos e olhares, elementos-chave para a atenção compartilhada. Essas barreiras resultam, em parte, de diferenças no processamento sensorial e na compreensão de interações sociais. Conforme destacado pelo site NeuroConecta, a incapacidade de coordenar olhares ou apontar objetos pode dificultar dinâmicas básicas de aprendizagem.

Desafios em ambientes escolares

O ambiente escolar pode intensificar esses obstáculos, pois exige interações constantes. Por exemplo, muitas crianças autistas enfrentam dificuldades em trabalhar em grupo, interpretando pistas sociais necessárias para colaborar com colegas. Em um estudo publicado pela Clínica Salz, foi constatado que as atividades que demandam atenção compartilhada, como apresentações ou trabalhos em dupla, são particularmente desafiantes.

Questões emocionais e comportamentais

Além de desafios sociais, situações que estimulam a atenção compartilhada podem provocar estresse ou ansiedade em crianças autistas. Muitas vezes, o desconforto leva a respostas comportamentais como isolamento ou recusa a participar. Pais e educadores relatam que abordagens como a Terapia ABA ou o uso de recursos visuais podem ajudar a reduzir esses sentimentos, como observado no Instituto NeuroSaber. Essas estratégias facilitam um ambiente mais acessível para as crianças.

Como estimular a atenção compartilhada

Como estimular a atenção compartilhada

Estimular a atenção compartilhada em crianças exige uma abordagem sensível e adaptada às suas necessidades. Técnicas baseadas em interações sociais e atividades estruturadas podem gerar ótimos resultados, especialmente para crianças com transtorno do espectro autista (TEA).

Uso de brincadeiras e gestos

As brincadeiras são essenciais para criar conexões e incentivar a atenção compartilhada. Ferramentas simples, como apontar para um objeto enquanto mantém contato visual e utiliza um tom de voz animado, podem ajudar significativamente. De acordo com especialistas discutidos no NeuroConecta, brinquedos que incentivariam a troca de turnos, como jogos de montar ou de empilhar, também podem ser eficazes.

Modelagem do interesse da criança

Uma estratégia recomendada é adaptar-se ao interesse já existente da criança. Conforme o site Dra. Deborah Kerches, pais ou terapeutas podem interagir com objetos ou atividades que a criança já gosta, mostrando entusiasmo e incentivando a troca de turnos na brincadeira.

Ambiente adequado e estímulos

Criar um ambiente favorável é outro passo-chave. Minimizar distrações e dar foco às interações ajuda a criança a se engajar melhor. Segundo material da Vencer Autismo, reduzir estímulos visuais e auditivos enquanto se trabalha a atenção compartilhada pode facilitar a concentração e o engajamento.

Interação social significativa

A interação social é a base do desenvolvimento dessa habilidade. Como destacado pela Genial Care, práticas que envolvem a troca de olhares, compartilhamento de emoções e experiências ajudam a fortalecer a atenção conjunta e promovem o desenvolvimento emocional.

Hora do Brincar Juntos: modelo inovador de terapia

A “Hora do Brincar Juntos” é um modelo terapêutico focado na promoção de interações sociais e desenvolvimento emocional por meio da brincadeira. Essa metodologia combina atividades lúdicas estruturadas com abordagens comportamentais baseadas na individualidade de cada criança. Estudos mostram que atividades terapêuticas relacionadas ao brincar podem desenvolver habilidades importantes em crianças autistas, como comunicação receptiva e interação social fundamentada (Cathedral).

Principal abordagem

O método utiliza técnicas como brinquedos interativos para encorajar a troca de olhares, turnos durante jogos e compartilhamento de interesses. Como destacado pelo Blog BMB Baby, é brincando que se aprende a criar vínculos e a lidar com emoções complexas, o que é um fator-chave para o desenvolvimento de crianças no espectro do autismo.

Resultados observados

Profissionais que implementam o “Hora do Brincar Juntos” relatam aumentos na participação social e na comunicação em contextos tanto familiares quanto terapêuticos. Além disso, estudos documentam que crianças autistas expostas a modelos de terapia lúdica apresentam maior receptividade à interação social e comportamentos propositivos (UFBA Repositório).

Exemplo prático

Imagine uma sessão em que um terapeuta usa uma caixa de brinquedos para criar turnos interativos. A criança é incentivada a escolher um item, enquanto o terapeuta modela comportamentos sociais, como manter contato visual ou apontar para o mesmo objeto. Essa atividade promove habilidades de atenção compartilhada que contribuem para o desenvolvimento global da criança.

Benefícios das sessões conjuntas para crianças com TEA

Benefícios das sessões conjuntas para crianças com TEA

Sessões conjuntas envolvendo crianças com transtorno do espectro autista (TEA) trazem inúmeros benefícios, tanto no âmbito social quanto no emocional. Técnicas colaborativas e interativas, como a Terapia ABA, têm se mostrado especialmente eficazes ao promoverem maior integração das crianças dentro de seus ambientes familiares e escolares (Autismo e Realidade).

Fortalecimento de habilidades sociais

Durante as sessões em grupo, crianças com TEA aprendem a lidar com pistas sociais e a estabelecer conexões interpessoais. De acordo com um estudo publicado pela SciELO, esse tipo de prática melhora significativamente comportamentos como a atenção compartilhada e a troca de turnos, fundamentais para interações mais saudáveis.

Redução de comportamentos desafiadores

As sessões conjuntas também ajudam a reduzir comportamentos desafiadores ao ensinar alternativas positivas de interação. Técnicas comportamentais empregadas por especialistas permitem que crianças autistas desenvolvam estratégias para lidar com situações sociais de forma mais produtiva (Autismo e Realidade).

Maior participação familiar

Os pais e responsáveis participam ativamente deste modelo de terapia, o que fortalece o vínculo familiar e melhora o entendimento das necessidades dos pequenos. A participação da família em sessões conjuntas propicia um ambiente mais acolhedor e cooperativo, impactando positivamente a aprendizagem e as interações futuras (Genial Care).

Colaboração entre profissionais

Outro benefício importante é o trabalho interprofissional colaborativo. De acordo com um artigo publicado na SciELO, a colaboração entre especialistas de diferentes áreas amplia as perspectivas no tratamento, permitindo que planos personalizados sejam desenvolvidos para atender as demandas específicas de cada criança.

Conclusão

Desenvolver a atenção compartilhada pode transformar a forma como crianças autistas interagem com o mundo ao seu redor, fortalecendo vínculos sociais e emocionais. Com estratégias bem estruturadas, como brincadeiras direcionadas e modelos terapêuticos inovadores, é possível estimular avanços significativos.

Na Genial Care, acreditamos na importância de abordagens individualizadas e colaborativas para potenciar o desenvolvimento das crianças e proporcionar suporte às famílias. Quer saber mais? Explore nossos conteúdos exclusivos e descubra como tornar a jornada do aprendizado ainda mais significativa!

FAQ – Entendendo e Estimulando a Atenção Compartilhada

O que é atenção compartilhada e por que ela é importante?

A atenção compartilhada é a habilidade de conectar experiências entre duas pessoas ao focar em um objeto ou evento. Essa habilidade é essencial para o desenvolvimento da comunicação e das interações sociais. Saiba mais em nosso blog.

Como identificar dificuldades de atenção compartilhada em crianças?

Crianças que evitam contato visual, não apontam para objetos ou mostram pouco interesse em compartilhar experiências podem apresentar dificuldades. Procure acompanhar seu desenvolvimento social e emocional e consulte um profissional para avaliação detalhada.

Quais são os benefícios de desenvolver a atenção compartilhada em crianças com TEA?

Além de prometer avanços na comunicação, essa habilidade fortalece vínculos sociais e melhora o aprendizado acadêmico. Crianças com atenção compartilhada desenvolvida têm melhores condições de interagir em ambientes como escola e família.

Existem terapias específicas para estimular a atenção compartilhada?

Sim, terapias como a análise do comportamento aplicada (ABA) e metodologias baseadas em brincadeiras estruturadas são amplamente usadas. Consulte terapeutas especializados para definir a melhor abordagem. Conheça exemplos em NeuroConecta.

Pais podem ajudar a estimular essa habilidade em casa?

Sim, envolver-se em brincadeiras de turnos, apontar objetos e usar expressões animadas são formas eficazes de estimular a atenção compartilhada. Criar momentos de interação focados pode fazer uma enorme diferença.

Qual o papel dos brinquedos no desenvolvimento da atenção compartilhada?

Brinquedos interativos que incentivam turnos, como jogos de montar, podem agir como ferramentas poderosas. Brincadeiras que exigem envolvimento mútuo ajudam a criança a praticar foco e interação ao mesmo tempo.

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