Sinais do autismo aparecem em áreas como comunicação, interação social, comportamento e sensorialidade. Conhecê-los cedo aumenta as chances de intervenção eficaz e melhora o desenvolvimento da criança — veja orientações práticas e referências confiáveis em Autism Speaks.
Neste artigo você encontrará dados e análises que vão além dos sinais óbvios. Vamos explicar o que observar nos primeiros meses, como identificar padrões entre 12 e 36 meses, por que meninas são frequentemente subdiagnosticadas e que diferenças separam o TEA de outros quadros como TDAH ou atraso isolado de linguagem.
Também trago estratégias práticas que famílias podem aplicar antes de um diagnóstico formal — rotinas visuais, brincadeiras guiadas e quando procurar uma equipe multidisciplinar. Se quiser entender a base do autismo primeiro, confira O que é o autismo (TEA)?.
Prometo leitura clara, exemplos práticos e recomendações baseadas em evidências — sem rótulos, com foco no cuidado.
Os sinais do autismo são pistas no comportamento, na comunicação e na sensorialidade que ajudam a identificar crianças em risco. Observar esses sinais cedo abre portas para acompanhamento e intervenção, reduzindo perdas no desenvolvimento e aumentando chances de progresso escolar e social (Autism Speaks, Mayo Clinic).
Os sinais costumam aparecer em três áreas principais: comunicação, interação social e comportamentos repetitivos/sensorialidade. Abaixo há sinais práticos para observar e exemplos reais que ilustram cada área.
| Idade | Sinais comuns | Fonte |
|---|---|---|
| 0–6 meses | Pouco sorriso social, olhar limitado | CDC Act Early |
| 6–12 meses | Menos balbucio, pouca troca de sons/expressões | Autism Speaks |
| 12–24 meses | Atraso no falar, não responder ao nome, gestos limitados | Mayo Clinic |
| 24+ meses | Perda de habilidades, brincadeira repetitiva mais evidente | Estudo revisado (PMC) |
Mariana percebeu que, aos 15 meses, seu filho parou de apontar e de rir nas brincadeiras que antes gostava. Ao compartilhar esse detalhe com o pediatra, foi indicado acompanhamento com fonoaudiologia e estimulação precoce. Com intervenções simples em casa e sessões semanais, a família observou maior resposta social em seis meses. Esse tipo de observação precoce pode acelerar encaminhamentos para avaliação multidisciplinar (Saiba mais sobre avaliação multidisciplinar).
Em estudos e guias práticos, especialistas reforçam que “by 24 months, 90% of parents recognize that their children’s development is abnormal” — o que mostra a importância da escuta ativa dos cuidadores (fonte).

Nos primeiros 12 meses, sinais do autismo podem aparecer como mudanças sutis no olhar, nas trocas sonoras e na resposta ao nome. Monitorar esses sinais ajuda a encaminhar para triagem cedo e reduzir atrasos no começo do desenvolvimento (CDC Act Early, Autism Speaks).
| Idade | Sinais observáveis | Ação sugerida |
|---|---|---|
| 0–3 meses | Pouco sorriso social; pouco olhar | Registre vídeos curtos; observe por 2 semanas; comente no próximo pediatra |
| 4–6 meses | Menos balbucio alternado; pouca resposta a voz | Grave trocas sonoras; peça orientação do pediatra; explore estimulação vocal |
| 7–9 meses | Não aponta; pouca troca emocional | Solicite triagem de desenvolvimento; anote frequências e contextos |
| 10–12 meses | Não responde ao nome; não usa gestos | Encaminhamento para avaliação multidisciplinar (fonoaudiologia, terapia ocupacional) |
Um caso comum: Marcelo, 11 meses, passou a não responder ao nome quando chamado em casa, embora antes reagisse. A família gravou vídeos do comportamento, levou ao pediatra e foi encaminhada para triagem. A observação documentada ajudou o especialista a priorizar a avaliação e iniciar orientações de estimulação em casa em menos de um mês. Esse tipo de documentação simples acelera o processo clínico.
Um estudo citado por uma matéria da Show Me (Universidade de Missouri) observou que, aos 9 meses, bebês com temperamento mais difícil e maior irritabilidade apresentaram maior probabilidade de sinais aos 12 meses. Como os autores afirmam: “What we found was the infants at 9 months who were reported to be fussier had a harder time adapting…” (fonte).
Se você notar qualquer um desses sinais, agende uma consulta com o pediatra e peça encaminhamento para triagem de desenvolvimento. Para informações sobre como ocorre a avaliação, veja nossa página sobre avaliação multidisciplinar e recursos práticos em Recursos para Famílias. A intervenção precoce pode começar antes do diagnóstico definitivo e traz benefícios na fala e na interação social (revisão científica).
Entre 12–36 meses, gestos, atraso de fala e padrões de jogo são sinais do autismo que aparecem com maior clareza. Observar apontar, gestos de mostrar e a qualidade do brincar ajuda a identificar quando buscar triagem e intervenção precoce (CDC Act Early, estudo longitudinal).
Gestos como apontar, mostrar e acenar são sinais práticos de atenção conjunta. Crianças que não apontam ou não mostram objetos entre 12 e 18 meses costumam apresentar risco maior de atraso de linguagem. Um estudo longitudinal encontrou correlações fortes entre gestos reduzidos e desempenho posterior na linguagem e no jogo (fonte).
Exemplo real: Ana notou que, aos 15 meses, seu filho parava de mostrar brinquedos quando a avó chegava. Depois de registrar vídeos curtos e falar com o pediatra, a família iniciou estimulação com foco em gestos e observou mais trocas de olhar e apontamento em três meses. Para técnicas práticas, veja nossa página sobre avaliação multidisciplinar e sugestões de estimulação.
Atraso de fala pode variar: alguns têm menos palavras, outros usam ecolalia (repetição). Aos 24 meses, sinais que merecem atenção incluem poucas palavras isoladas e pouca combinação de palavras; aos 36 meses, dificuldade em formar frases simples é preocupante (CDC, Autism Speaks).
Não confunda atraso isolado com sinais de TEA: observe também gestos, contato visual e jogo. Se a fala é o único déficit, a ação pode ser diferente; ainda assim, a triagem fonoaudiológica é indicada. Ferramentas de triagem e checklists ajudam profissionais a separar padrões (veja nossos recursos em Recursos para Famílias).
O tipo de brincar muda entre 12 e 36 meses. Falta de brincadeira simbólica (faz de conta), foco em partes de brinquedos e organização rígida são sinais a observar. Estudos mostram que diferenças no jogo estão fortemente ligadas a diagnósticos posteriores de TEA (revisão).
| Padrão observado | O que significa | Ação sugerida |
|---|---|---|
| Brincar simbólico (faz de conta) | Típico a partir de 18–24 meses | Estimular com modelos simples (bonecos, comida de brinquedo) |
| Focar em partes do brinquedo | Pode indicar interesse restrito | Introduzir brincadeiras dirigidas e rotinas curtas |
| Alinhar objetos repetidamente | Comportamento repetitivo mais evidente | Registrar frequência e contexto; considerar avaliação |
Em amostras de risco (irmãos mais velhos com TEA), pesquisadores notaram que reduções em gestos, imitação e jogo precoce foram preditores de dificuldades na linguagem e interação. Esses achados reforçam a necessidade de observação dirigida entre 12 e 36 meses (fonte).
Caso: João, 22 meses, usava poucas palavras, quase não apontava e preferia alinhar carrinhos. A família gravou episódios de brincadeira e levou ao pediatra. A equipe indicou triagem rápida e intervenções de fonoaudiologia e terapia ocupacional. Em seis meses de atividades guiadas, houve ganho em gestos e interesse por brincadeiras simbólicas. Esse tipo de progresso é consistente com orientações de intervenção precoce (CDC).
Ferramentas públicas como as folhas de marco do CDC Milestones e os guias do Autism Speaks auxiliam pais e profissionais a documentar padrões entre 12 e 36 meses.

A comunicação em crianças com sinais do autismo pode ter padrões bem específicos: ecolalia, dificuldades pragmáticas e entonação atípica (prosódia). Entender cada um ajuda pais e profissionais a responder de forma prática e respeitosa, reconhecendo que muitos comportamentos têm função comunicativa (revisão sobre ecolalia, artigo sobre prosódia).
Ecolalia é a repetição de palavras ou frases ouvidas antes. Nem sempre é apenas “eco” sem sentido: estudos recentes mostram que pode servir para pedir, marcar conforto, ou ganhar tempo para processar a fala alheia (artigo sobre funções da ecolalia).
Exemplo prático: uma criança diz “quer bolacha” imitando um anúncio; a família assumiu que era só repetição e ignorou. Ao invés disso, a terapeuta usou a frase como ponte para ensinar a forma funcional: responder a um pedido com “sim” ou “não” e oferecer alternativas. Em semanas, a criança passou a combinar palavras para pedir diretamente.
Pragmática refere-se ao uso da linguagem no contexto social. Em crianças com sinais do autismo, nota-se:
Um estudo de revisão aponta que déficits pragmáticos persistem em muitos casos e afetam a qualidade das relações sociais ao longo da vida (revisão PLOS ONE).
Caso real: numa escola, um menino interpretava ordens literalmente (“pegue algo redondo”) e trazia a tampa de uma caneta. A equipe de fonoaudiologia passou a usar instruções mais visuais e a ensinar passos concretos. Com imagens e modelos, a compreensão melhorou e os professores relatavam menos frustrações.
A prosódia inclui ritmo, entonação e ênfase. Relatos clínicos descrevem fala “monótona”, “robotizada” ou “sing-songy” em alguns indivíduos com autismo — termos que ajudam a identificar diferença de padrão (pesquisa sobre prosódia).
Impacto prático: entonação atípica pode dificultar a interpretação emocional do discurso pelo ouvinte. Em contextos escolares, isso pode levar a mal-entendidos sobre intenção ou humor.
| Sinal | O que pode significar | Resposta sugerida |
|---|---|---|
| Ecolalia imediata | Processamento lento; tentativa de resposta | Modelar resposta curta; aceitar e expandir (ex.: repetir e acrescentar) |
| Ecolalia atrasada | Regulação emocional; referência segura | Usar a frase como entrada para interações e ensinar substitutos funcionais |
| Pragmática limitada | Dificuldade com regras sociais da conversa | Treino de turnos de fala e jogos de papéis; suporte visual |
| Prosódia atípica | Diferença no ritmo/entonação; percepção “estranha” por outros | Exercícios de entonação em fonoaudiologia; feedback auditivo e modelos |
Juliana, 4 anos, usava ecolalia atrasada com frases de desenhos quando ansiosa. A terapeuta identificou duas funções: pedir conforto e marcar transições. Com uma rotina visual para transição e uma frase alternativa aprendida em terapia, Juliana reduziu a ecolalia em situações de mudança e passou a usar a frase ensinada para pedir ajuda.
Se quiser materiais práticos, veja nossas orientações de fonoaudiologia em Fonoaudiologia no TEA e atividades para casa em Recursos para Famílias. Para leituras científicas sobre prosódia e pragmática, confira as revisões citadas acima (ecolalia, prosódia, pragmática).
Comportamento e sensorialidade são áreas centrais nos sinais do autismo. Estereotipias, rigidez em rotinas e reações sensoriais atípicas podem aparecer isoladas ou em combinação. Esses padrões têm funções — regulação, busca de sensações ou resposta ao stress — e merecem avaliação prática para orientar apoio familiar e terapêutico (revisão sobre processamento sensorial, CDC — critérios DSM‑5).
Estereotipias são movimentos ou manuseios repetitivos (bater as mãos, balançar-se, alinhar objetos). Nem sempre são apenas “barulho”: muitas vezes oferecem entrada sensorial ou conforto. Pesquisas indicam que algumas estereotipias são mantidas por feedback sensorial, enquanto outras respondem a fatores sociais ou ambientais (revisão científica).
Insistência na mesmice e rotinas rígidas são características descritas no DSM‑5 como parte dos padrões restritos e repetitivos. Pequenas mudanças podem gerar angústia intensa e crises de comportamento (CDC — critérios).
Exemplo real: um menino que só come um tipo de lanche na escola desenvolveu crises quando a cantina mudou o fornecedor. A equipe escolar passou a usar um cardápio visual e transições mais longas; assim, a resistência diminuiu.
Dicas práticas: usar rotinas visuais, preparar a criança sobre mudanças com antecedência e implementar passos de transição (contagem, música curta). Para recursos e modelos de rotina, veja nossa página de Recursos para Famílias e orientações sobre avaliação multidisciplinar.
Hiper‑reatividade significa reação exagerada a estímulos — por exemplo, cobrir os ouvidos com sons de fundo. Hipo‑reatividade indica resposta reduzida — não notar calor, não reagir a ruídos altos ou parecer insensível à dor. Estudos sugerem que diferenças sensoriais aparecem em grande parte das pessoas com TEA e variam por idade e contexto (revisão sensorial).
| Comportamento | Possível função | Resposta prática |
|---|---|---|
| Bater as mãos / balançar | Entrada sensorial visual/vestibular; autorregulação | Oferecer alternativas (fidget, balanço controlado); registrar contexto (fonte) |
| Cobrir os ouvidos | Hiper‑sensibilidade auditiva | Fones atenuadores em ambientes barulhentos; planejar rotas menos ruidosas |
| Buscar pressão (abraçar forte) | Hipo‑reatividade proprioceptiva | Atividades com peso, colete de compressão sob orientação terapêutica; cronograma de “pausas sensoriais” |
| Alinhar objetos | Interesse restrito / previsibilidade | Estabelecer sessões curtas de jogo dirigido; expandir gradualmente interesses |
Pesquisas indicam alta prevalência de diferenças sensoriais em pessoas com TEA — estudos estimam que cerca de 90% apresentam algum padrão sensorial atípico ao longo da vida. Esse traço é reconhecido no DSM‑5 como parte do perfil do transtorno (revisão, CDC).
Lucas, 4 anos, passava mal em supermercados ruidosos e apertados. Ele batia as mãos e entrava em crise ao ouvir anúncios. A família, orientada por um terapeuta ocupacional, testou fones atenuadores, criou um “sinal de pausa” para indicar saída temporária e estabeleceu uma rotina curta para compras. Em dois meses, as crises diminuíram e a tolerância aumentou com a prática de pausas sensoriais e atividades de propriocepção antes da saída.
Se estereotipias, rigidez ou reações sensoriais alteram o dia a dia, procure o pediatra para encaminhamento. Avaliação por terapia ocupacional (perfil sensorial), fonoaudiologia (quando comunicação também é afetada) e equipe multiprofissional é indicada. O diagnóstico considera esses comportamentos como parte dos critérios de TEA, conforme orientações do CDC/DSM‑5.
Para estratégias práticas de intervenção e materiais para casa, veja nossas páginas sobre Terapia Ocupacional, ABA (Análise do Comportamento) e Recursos para Famílias.

Muitas meninas com sinais do autismo aprendem a camuflar comportamentos sociais para se encaixar. Essa camuflagem pode atrasar o diagnóstico e esconder dificuldades reais em comunicação, regulação e interesses restritos — um padrão descrito como parte do “female autism phenotype” (revisão científica).
Essas estratégias podem ser úteis para a criança no curto prazo, mas aumentam cansaço, ansiedade e risco de diagnóstico tardio (Autism.org — Mulheres e Autismo).
| Sinal observado | Por que passa despercebido | O que fazer |
|---|---|---|
| Falar muito sobre animais/ídolos | Interesse visto como “normal” para meninas | Investigar intensidade e flexibilidade do interesse; documentar rotina de brincadeira |
| Sorriso e contato visual ensaiados | Parecem socialmente adequados | Observar trocas espontâneas e troca de papéis em jogos; gravar interações naturais |
| Estresse oculto (fadiga, dor de cabeça após socializar) | Assumido como timidez ou cansaço | Registrar padrão pós-evento; avaliar ansiedade e sensorialidade |
Pesquisas mostram diferenças no padrão de apresentação entre meninas e meninos, com relatos crescentes sobre camuflagem social que pode mascarar o autismo. Revisões acadêmicas destacam que essas estratégias contribuem para diagnósticos tardios ou incorretos (fonte).
Clara, hoje com 11 anos, recebeu diagnóstico apenas aos 9 anos após anos de queixas de cansaço e ansiedade escolar. Em casa, imitava colegas e escondia repetição de mãos. A família relatou que professores viam boa “socialização” em sala, mas não notaram o esforço. A documentação de episódios de exaustão e vídeos de brincadeiras soltas ajudaram a equipe multidisciplinar a entender o quadro.
Questionários validados sobre camuflagem e checklists de desenvolvimento ajudam a identificar padrões sutis. Revisões e guias clínicos recomendam considerar o “female autism phenotype” na avaliação para reduzir subdiagnóstico e oferecer suporte adequado (revisão, recursos para mulheres).
Para materiais práticos e modelos de registro, veja nossas páginas sobre Recursos para Famílias e Avaliação Multidisciplinar. Entender a camuflagem ajuda a reduzir diagnósticos tardios e a oferecer suporte mais cedo.
Diferenciar TEA (transtorno do espectro do autismo) de TDAH, timidez ou um atraso isolado de linguagem exige observação dirigida. Cada quadro tem sinais próprios: TEA envolve déficits na reciprocidade social e padrões restritos/ repetitivos; TDAH traz desatenção e hiperatividade que afetam a execução; timidez é medo ou cautela social; atraso isolado se limita à fala sem prejuízo social maior (revisão sobre TDAH vs TEA, CDC Act Early).
| Característica | TEA | TDAH | Timidez | Atraso isolado |
|---|---|---|---|---|
| Iniciar interação | Geralmente reduzido ou atípico | Presente, mas interrompida por impulsividade | Presa ao medo; melhora com suporte | Normal quando há estímulo social |
| Manter tópico | Dificuldade; respostas literais | Sabe o que fazer, mas falha na execução | Consegue quando se sente seguro | Normal |
| Comportamentos repetitivos | Comuns (estereotipias / interesses restritos) | Raros | Raros | Raros |
| Resposta ao nome | Pode não responder | Ignora por distração | Responde com timidez | Responde normalmente |
| Idade típica do reconhecimento | Antes dos 3 anos (muitos sinais) | Mais tarde (escolaridade inicial) | Qualquer idade | Detectável quando a linguagem deveria emergir (12–36 meses) |
Caso A: Miguel, 5 anos, era agitado e interrompia colegas. Professores indicaram TDAH; com acompanhamento, a inquietação diminuiu, mas persistiam dificuldades em brincar simbolicamente e um interesse fixo em mapas. A investigação multidisciplinar identificou TEA+TDAH. Estudos mostram que comorbidades são frequentes, então avaliar ambos os quadros é importante (revisão).
Caso B: Sofia, 3 anos, tinha atraso de fala isolado: poucas palavras, mas gestos e contato social preservados. A fonoaudiologia focou linguagem funcional e, em seis meses, houve ganho consistente sem sinais de TEA. Esse padrão ajuda a separar atraso isolado de TEA.
Se há dúvida entre TEA, TDAH ou atraso isolado, peça avaliação multidisciplinar: pediatra para triagem inicial, fonoaudiologia para linguagem, psicologia para avaliação do comportamento social e neuropediatria ou psiquiatria infantil quando necessário. A combinação de escalas padronizadas, observação direta e entrevistas com cuidadores reduz erros de diagnóstico (revisão).
Para materiais práticos e checklists, veja nossas páginas sobre Avaliação Multidisciplinar e Recursos para Famílias. Leituras científicas que embasam estas diferenças incluem a revisão sobre TEA vs TDAH (PMC) e orientações do CDC Act Early.

A perda de habilidades — ou regressão — é um sinal que exige atenção imediata. Relatos parentais colocam a média de início da regressão por volta de 20 meses, frequentemente entre 15 e 24 meses; quando há perda de fala ou de interação social, procure avaliação rápida (CDC Act Early, CDC — Making an Autism Diagnosis).
Esses sinais não devem ser atribuídos ao acaso. O CDC recomenda que a regressão seja considerada um red flag e justifica encaminhar para avaliação multidisciplinar (fonte).
Uma avaliação completa costuma incluir:
Relatórios clínicos e guias da AAP orientam que a triagem de TEA ocorra rotineiramente aos 18 e 24 meses e que qualquer sinal de regressão leve a uma avaliação mais rápida (AAP — recomendações).
Leve esse material ao pediatra — documentação facilita encaminhamento e acelera avaliação especializada (CDC).
| Sinal | Quando agir | Ação sugerida |
|---|---|---|
| Perda de palavras ou gestos | Imediato | Encaminhar para avaliação multidisciplinar; gravar exemplos |
| Perda de interesse social (não responde ao nome) | Imediato | Triagem pelo pediatra; considerar audiometria e avaliação do desenvolvimento |
| Regressão associada a febre alta ou crise | Rápido | Avaliação neurológica urgente (neuropediatra) |
| Mudança lenta com piora progressiva | Agendar em semanas | Iniciar intervenção para atraso enquanto aguarda diagnóstico formal (AAP) |
Marcos tinha 20 meses quando os pais notaram que ele deixou de dizer as três palavras que já usava e passou a evitar olhar. Eles gravaram pequenos vídeos e levaram ao pediatra. O pediatra pediu triagem imediata e encaminhou para fonoaudiologia e neuropediatria. A avaliação multidisciplinar identificou perda de habilidades e iniciou apoio fonoaudiológico e intervenções de regulação sensorial em poucas semanas — esse procedimento segue as recomendações do CDC e da AAP (CDC, AAP).
Antes de um diagnóstico formal, famílias podem começar ações simples que ajudam na comunicação, regulação e socialização. Estratégias práticas — como rotinas previsíveis, recursos visuais e apoio focalizado — reduzem ansiedade e preparam a criança para avaliações e intervenções futuras (CDC — Tratamentos e abordagens, Autism Speaks — ABA).
Rotinas claras dão previsibilidade e diminuem crises. Use um quadro simples com etapas do dia (manhã, lanche, passeio, banho). Para crianças pequenas, combine imagens e poucos passos por atividade.
Suportes visuais facilitam compreensão: roteiros visuais, cartões de escolha e timers visuais. Eles servem como linguagem alternativa e ajudam na rotina e no comportamento.
Elementos da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) podem ser usados de forma simples por pais: reforçar tentativas de comunicação, dividir tarefas em passos pequenos (task analysis) e oferecer escolhas limitadas. A literatura considera ABA como uma das abordagens com maior evidência para ganho de habilidades quando aplicada corretamente (Autism Speaks — ABA, CDC).
Mesmo antes do diagnóstico, técnicas de fonoaudiologia ajudam muito: expansão (repetir e acrescentar à fala da criança), modelagem (dizer a palavra alvo em contexto) e uso de escolhas visuais para incentivar pedidos.
| Área | Atividade simples | Objetivo |
|---|---|---|
| Comunicação | Jogos de pedir (escolha entre 2 imagens) | Incentivar pedido funcional |
| Social | Brincadeira guiada 1:1 (imitar ações do adulto) | Estimular imitação e atenção compartilhada |
| Sensorial / Regulação | Sequência de 3 atividades proprioceptivas (abraço, pular, empurrar) | Reduzir ansiedade e regular o organismo |
| Rotina | Quadro visual matinal com 3 imagens | Previsibilidade e autonomia |
Uma família notou pouca troca de olhar e atraso de palavras em um filho de 20 meses. Enquanto aguardavam avaliação, usaram um quadro visual com fotos reais, praticaram escolhas (2 imagens) nas refeições e reforçaram tentativas de falar. Em seis semanas houve aumento nas tentativas de pedido e menor frustração. Essas ações não substituem avaliação, mas aceleram ganhos funcionais até o atendimento especializado (CDC — Educação e intervenção precoce).
Essas estratégias práticas são baseadas em princípios de intervenção precoce e podem ser úteis enquanto a família busca avaliação formal. Para programas estruturados e informações sobre ABA, ESDM e terapia, consulte guias do Autism Speaks e recomendações do CDC.
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